Para os gremistas de boa memória

Este blog foi feito para recordarmos dos jogadores que tiveram a honra de vestir a camisa tricolor.

Tenha ele sido um craque ou um cabeça de bagre, sempre estarão presentes na lembrança dos mais assíduos torcedores gremistas!


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domingo, 22 de janeiro de 2012

Paulo Nunes (1995-1997 e 2000)


ARÍLSON DE PAULA NUNES (PAULO NUNES)
ATACANTE
1,74 m | 70 kg

CLUBES: Flamengo (1990-1994), Grêmio (1995-1997 e 2000), Benfica-POR (1997-1998), Palmeiras (1998-1999), Corinthians (2001), Gama (2002), Al Nassr-ARA (2002-2003) e Mogi Mirim-SP (2003).

TÍTULOS: Copa América (1997), Copa Libertadores (1995 e 1999), Recopa Sul-Americana (1996), Copa Mercosul (1998), Copa Sanwa Bank (1995), Campeonato Brasileiro (1992 e 1996), Copa do Brasil (1990, 1997 e 1998), Supercopa do Brasil (1992), Campeonato Gaúcho (1995 e 1996), Campeonato Paulista (2001), Campeonato Carioca (1991) e Copa São Paulo de Futebol Júnior (1990).

PRÊMIOS: Bola de Prata da Placar (1996), Artilheiro do Campeonato Brasileiro (1996) e Artilheiro da Copa do Brasil (1997).

Paulo Nunes, o diabo loiro, ídolo no Grêmio e no Palmeiras, onde conquistou uma Libertadores por cada clube, sob comando do glorioso Luiz Felipe Scolari. Legítimo camisa 7, além de saber servir um centroavante como ninguém, também fazia muitos gols.

Paulo Nunes ganhou destaque na Gávea no ano de 1990, com 19 anos, após conquistar a Copa São Paulo de Futebol Júnior com o time sub-20 do Flamengo, subiu aos profissionais. Porém nesse ano disputou apenas uma partida pelo rubro negro, na derrota por 3x1 para o Argentinos Juniors na Copa Libertadores. No ano seguinte, com apenas 20 anos, já fazia parte do 11 incial com muita frequência. Contabilizou 44 partidas, marcando apenas 7 gols. Sob comando de Luxemburgo, o Flamengo foi campeão estadual de 1991.

Em 1992, Paulo Nunes já se firmava como titular do Flamengo. Jogando ao lado de nomes como Djalminha, Marcelinho, Zinho e Sávio, o Flamengo levou apenas a Supercopa do Brasil. Nesse ano Paulo Nunes aumentou sua média de gols, marcando 16. No ano seguinte fez 8, e em 1994, no último ano no Rio de Janeiro contabilizou apenas três. Com 23 anos, acabou perdendo posição no time, e acabou ficando de fora do grupo que faria parte do centenário flamenguista em 1995.

Chegou ao Grêmio como moeda de troca junto do centroavante Magno. Para o Rio de Janeiro foram mandados o zagueiro Agnaldo e o volante Pingo, peças importantes no bicampeonato da Copa do Brasil em 1994. O time-base campeão de 94, foi totalmente reconstruído após as saídas de Ayupe, Paulão, Agnaldo, Pingo, Jamir e Fabinho. Arce, Rivarola, Adilson, Dinho, Goiano e Paulo Nunes, seus respectivos substitutos, chegavam para entrar pra história. Especialmente Paulo Nunes, que fez uma dupla de ataque dos sonhos para a torcida gremista, e dos pesadelos para os adversários. Comandaram o bicampeonato da Copa Libertadores, com Jardel recebendo o troféu de artilheiro do Campeonato. Como se bastasse esse título, os dois ainda formaram dupla nos títulos da Copa Sanwa Bank em 1995, na Recopa Sul-Americana de 1996, ambos torneios no Japão, além do bicampeonato Gaúcho 95/96. 


Em 1996, infelizmente Jardel deixou o Grêmio, pois seu passe pertencia ao Vasco da Gama, que acertou sua venda aos portugueses do Porto, onde ele se tornaria um dos maiores atacantes da história daquele país. Depois disso, Paulo Nunes assumiu a condição de estrela maior do Grêmio, sendo o artilheiro do Campeonato Brasileiro conquistado pelo Grêmio, fazendo dupla com Zé Alcino. Em 1997, ainda liderou o time que derrotou seu ex-clube Flamengo na finalíssima da Copa do Brasil, assegurando o tricampeonato gremista, e é claro, Paulo Nunes foi o artilheiro da competição. 


Nesse ano, foi vendido ao Benfica-POR, por US$ 10 milhões, que ficou marcada como a transferência mais cara do futebol gaúcho. Esse recorde se manteve em pé até a venda do atacante Alexandre Pato, realizada pelo Internacional para o Milan-ITA no ano de 2007. Antes de ter sua saída anunciada em Julho, Paulo Nunes foi convocado por Zagallo para a Copa América na Bolívia, na qual o Brasil foi campeão, além do Torneio da França, disputado entre as quatro maiores seleções, que no ano seguinte estariam na Copa do Mundo. Paulo Nunes mal atuou. Isso gerou polêmica entre os gremistas, que perderam seu principal jogador para a Seleção durante a fase final da Copa Libertadores. O Grêmio acabou eliminado.


O problema foi que Paulo Nunes era o principal jogador do Grêmio, que disputava a Libertadores daquele ano, nos dias 27/05 e 03/06 enfrentaria o Cruzeiro pelas quartas de final da competição. O Grêmio pleiteou a liberação do Paulo Nunes para estes jogos. Foi solenemente ignorado. O jogador acabou indo defender a seleção. Foi subaproveitado. Jogando poucos minutos em 2 jogos (um em cada torneio). Seus únicos dois jogos pela seleção principal.Enquanto isso, Dida (do Cruzeiro na época) sequer foi convocado. 


Chegando a Portugal, Paulo Nunes encontrou os ex-companheiros Jardel no Porto e Carlos Miguel, que vestia a camisa do Sporting Lisboa. No Benfica teve a companhia do também atacante brasileiro Donizete Pantera, que assim como Paulo Nunes não durou muito. Ambos se desentenderam com o meia João Pinto, espécie de dono do time na época. "Só porque fiz muitos gols logo de cara, ele passou a dizer que eu era muito estrela, a laranja podre que ia estragar as outras laranjas." disse contra Pinto.


Paulo Nunes chegou muito pressionado. Depois do sucesso estrondoso de Jardel, era esperado que Paulo fosse o novo matador. Ele fazia seus gols, porém não como Jardel, que foi artilheiro de todos os Campeonatos Portugueses em que disputou. Após sofrer uma artroscopia no joelho e ainda amargar a reserva durante um tempo, ele viu sua volta ao Brasil como necessária. Sendo assim, em menos de seis meses na Europa, ele acertou sua volta ao Brasil para defender o Palmeiras de Felipão. A Parmalat comprou o passe do jogador por 6 milhões de dólares em dezembro de 1997.


No Palmeiras marcou época, fazendo parte do melhor time do Palmeiras. Logo na chegada, conquistou pela segunda vez consecutiva a Copa do Brasil, além da inédita Copa Mercosul. Recuperou o bom futebol, e ganhou fama, além do ótimo desempenho, pelas comemorações extravagantes provocando os rivais.


Em 1999, novamente conquistou a Copa Libertadores, caiu nas graças da torcida. Sob comando de Felipão tudo ia bem no Parque Antártica, apenas um desastre abalaria o ótimo ambiente criado pelo time campeão. A viagem ao Japão em dezembro, culminou com o fim do ciclo de Paulo Nunes no Palmeiras.


O esperado, era uma vitória em território asiático, apesar do sempre favorito europeu, a torcida estava confiante na vitória da "Academia" alviverde contra o Manchester United. Porém devido a uma falha do goleiro Marcos, os palmeirenses voltaram apenas com uma medalha de prata. Paulo Nunes foi um dos acusados de falta de dedicação dentro de campo.




Em vista ao seu desgaste no Palmeiras, Paulo Nunes foi visto como o nome ideal para trazer os títulos de volta ao Grêmio. A nova direção gremista, comandada por José Alberto Guerreiro e Antônio Vicente Martins, assumiu o clube com sérios problemas financeiros e um elenco fraco, diferente do recebido pelo ex-presidente Cacalo, que assumiu em 1997. 


No final do século, apareceu a chance de ouro nos olhos dos dirigentes. Uma parceira disposta a investir mais de R$ 500 milhões no clube. O primeiro nome de peso a ser procurado, foi Paulo Nunes. Por US$ 8 milhões, e salários de R$ 200 mil mensais, o Diabo Loiro estava de volta ao Tricolor. 


"O Olímpico vai tremer novamente." disse o atacante na sua chegada. E realmente tremeu. Mas foi de raiva. O primeiro semestre foi sofrivel, sob comando de Émerson Leão, Paulo Nunes começou no banco por não estar nas condições ideais. Viu Jé começar a pré-temporada entre os 11 titulares. Eliminado na Sul-Minas, seguido de um vexame no Gauchão, perdendo a final para o Caxias, e outro vexame mais vergonhoso ainda, a eliminação na Copa do Brasil, por 4x1 em pleno Estádio Olímpico para a Portuguesa, derrubou Leão e Antônio Lopes, e os gremistas tiveram de aceitar a volta de Celso Roth, que começava a merecer a alcunha de "bombeiro". 


Paulo Nunes abriu a boca e reclamou por estar jogando como não gostava. Roth tirou ele do meio de campo e o colocou na sua posição clássica. Não adiantou, com apenas dois gols marcados em um ano, Paulo Nunes saiu pela porta dos fundos, deixando um buraco nos cofres gremistas. Foram R$ 2,4 milhões em salários, além da dívida com o Palmeiras, que foi paga apenas em 2009, com a ida do zagueiro Léo. 


Faixas como "Fora Paulo Nunes", pedindo a saída do ídolo que brilhou no Bi da América, tornaram-se comuns no Olímpico,  mostrando o enorme descontentamento da torcida gremista com o jogador na sua segunda passagem pelo Grêmio. "A torcida teve uma visão errada do nosso time. Fomos retratados pela imprensa como um time fora de série, mas eramos apenas um time como qualquer outro." desabafou Zinho, que também sofreu muito com as críticas antes de brilhar na Copa do Brasil em 2001.


Em 2001, Paulo Nunes criou polêmica ao acertar com o Corinthians. Como pagamento, o Corinthians emprestou ao Grêmio, o atacante Luiz Mário, e perdoou a dívida referente a venda do zagueiro Nenê, valor avaliado em US$ 750 mil. 


Contratação feita exclusivamente pelo presidente Alberto Dualib, que queria um nome para balançar o futebol paulista. "Dualib recebeu a oferta de dirigentes gremistas loucos para se livrar de Nunes e, sem perguntar a ninguém, mandou contratá-lo." estampou o Folha de SP em Janeiro de 2001.


Paulo Nunes teve apresentação de craque, apesar do contrato de risco que lhe garantia como salário apenas a metade do que recebia no Grêmio. Recebido por cerca de 150 corinthianos, ouviu da torcida: "Paulo Nunes, preste atenção. Muito respeito com a camisa do Timão.", nitidamente assustado Paulo Nunes não escondeu que era bastante perseguido pela Gaviões da Fiel. A polêmica de Paulo Nunes com a torcida corinthiana teve seu ápice no Campeonato Paulista de 1999, quando ele provocou os torcedores se referindo a Edílson - fiquem com esse paulistinha aí - além de ter colocado a faixa de Campeão da Libertadores após a partida contra o Corinthians. Para amenizar a perseguição, ele admitiu aos corinthianos que não era palmeirense.


Ao passar do ano, as coisas tornarão-se assustadoras para o lado de Paulo Nunes. Com o rendimento sofrível, as vaias tomaram proporções enormes. Em Julho, ele chegou a receber ameaças de morte.


O "jogador de impacto" como foi descrito pelo então vice-presidente corinthiano Roque Citadini, acabou decepcionando outra vez, e no final do ano acertou sua saída, aumentando os rumores de sua possível aposentadoria, com apenas 30 anos de idade.


Em 2002, já desacreditado após fica mais de seis meses parado depois do litígio com o Corinthians, Paulo Nunes foi contratado pelo Gama. Contratado para formar dupla com Dimba, ele disputou o Campeonato Brasiliense, e era pra ser um dos principais nomes do clube no Campeonato Brasileiro da Série A.


Porém ao receber uma proposta do futebol árabe, o loiro driblou a direção do clube, e deixou o clube na mão, após disputar apenas 12 partidas, assinando com o Al Nassr.


Depois de receber uma bolada de dinheiro na Arábia, voltou ao Brasil em 2003 para encerrar a carreira pelo Mogi Mirim. Disputou o Campeonato Paulista pelo clube.
Não permanceu no clube paulista para a disputa da Série B, devido aos alto salário pedido. Assim encerrou a carreira e no ano seguinte montou seu próprio time ao lado do também ex-jogador do Grêmio, Ranielli, o RPM, time júnior que disputou a Copa São Paulo de Futebol Jr. Em 2005, passou mal após uma maratona, e acabou na UTI com suspeita de problemas cardíacos.
Hoje além de disputar os campeonatos de Showbol com a camisa do Grêmio, mantém uma escolinha de futebol em Goiânia. 

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